Algumas
vezes sou deparado com a pergunta: “Como você pode estar tanto tempo
casado com a mesma mulher e continuar apaixonado por ela?”
Penso
que não se trata de apenas um fruto do acaso ou de, como existe no
imaginário popular, achar a pessoa certa – a metade da laranja! São
vários os fatores que contribuem para o sucesso no casamento e gostaria
de discorrer sobre apenas alguns deles.
Em 1º lugar eu creio que o casamento é um espaço para a
aprendizagem. Quando eu estou aberto a aprender com o outro que é
diferente de mim, estou em constante processo de crescimento. Muitos
casamentos acabam porque as pessoas não querem crescer. Acreditam que a
sua forma de enxergar o mundo é a única correta e que nada vai faze-los
enxergar a realidade diferente. Assim vêem na diferença uma ameaça e
fonte de constante atrito e não uma oportunidade contínua de ser
despertado para ver a realidade de uma forma diferente e, ainda por
cima, por alguém que me ama! Não conseguiram entender que AMBOS, homem e
mulher são portadores da IMAGEM de DEUS (Gen. 1:26-28) e que são
ontologicamente iguais, MAS funcionalmente diferentes e a diferença é
outorgada por Deus como BENÇÃO para desenvolver a CRIATIVIDADE!
Em 2º lugar o casamento é um local de construção. Precisamos ter
projetos comuns e perseguir sua construção. O mundo moderno conspira
contra isso. O individualismo egocêntrico que permeia as relações
sociais deságua no casamento e faz com que as pessoas construam projetos
individuais e forcem o outro se adaptar ao seu projeto individual – o
que não dá certo. Perdeu-se a noção do NOSSO! Precisamos criar uma
história comum, cheia de aventuras, dramas e muita, MUITA diversão
juntos – quando somos capazes de rirmos juntos de uma situação, a
solução já está a caminho! Um estudioso do assunto escreveu:
“Educadores reclamam que pessoas jovens, hoje em dia têm muito pouco senso de história, eles vivem apenas o presente sem memória. Essa amnésia apresenta uma certa falta de raízes, e eu acredito que isso contribui para um alto índice de divórcios”.
Finalmente
é preciso aprender a PERDOAR! Mesmo casais que se dizem cristãos têm,
muitas vezes, dificuldades de perdoar. Criam a fantasia de um
parceiro(a) perfeito e infalível. Quando percebem que o outro é humano e
comete falhas, reagem com frustração e desprezo. Precisamos
reconhecer que somos imperfeitos – em constante construção, mas ainda
imperfeitos – e que como fruto desta imperfeição cometemos trapalhadas.
Muitas vezes tentando acertar fazemos trapalhadas. O remédio: uma
atitude humilde de reconhecimento das trapalhadas e um pedido sincero de
perdão e, do outro lado, uma atitude perdoadora. Algo que eu pratico
com minha esposa nestes nossos 25 anos de casado é ORARMOS JUNTOS todas
as noites antes de deitarmos. Porque? Para que ‘o sol não se ponha sobre
nossa ira’ – que é um princípio de extrema sabedoria na Bíblia. Quando
nos colocamos lado a lado para orar ao Pai, temos que estar bem um com o
outro – senão é ritual e não oração. E para estar bem precisamos
conversar e pedir perdão e perdoar. Às vezes ficamos um bom tempo
conversando antes de orarmos – pois acredite, eu também sou imperfeito –
mas NUNCA fomos dormir sem estarmos bem um com o outro – e isso faz
MUITA diferença!
Existem
outros fatores igualmente importantes, mas creio que se começarmos
observando estes pequenos princípios já estaremos dando passos
gigantescos para termos casamentos que perdurem!
Pr. Fabio Augusto Moraes
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